O governo estadual divulgou, na manhã desta quinta-feira, os indicadores criminais relativos ao mês de julho de 2020. A apresentação também comparou os dados com os outros meses deste ano e com o mesmo período de 2019. Na comparação entre o primeiro semestre dos dois anos, feminicídios e homicídios tiveram quedas.
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O Rio Grande do Sul teve duas mulheres mortas por razões de gênero no último mês. Esse foi o menor número para o mês em toda série histórica, iniciada em 2012. O número total de feminicídios em 2020 é 53. No mesmo período do ano passado, havia duas mortes além desse número, com 55 vítimas mulheres mortas por questões de gênero. Também foi o mês de 2020 com menos casos no Estado.
Os outros indicadores de violência contra a mulher (ameaça, lesão corporal, estupro e tentativas de feminicídio) também não cresceram tanto no recorte mensal de 2020 quanto no acumulado dos sete primeiros meses de 2019 e 2020.
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Os registros de estupros, por exemplo, em julho deste ano, foram 95, contra os 143 registrados no mesmo mês em 2019. Em igual leitura, as lesões corporais reduziram de 1.364 para 1.155. As ameaças, de 2.739 para 2.295. E as tentativas de feminicídio ficaram estáveis, com 22 casos.
O paralelo de acumulados nos primeiros sete meses em 2019 e 2020 mostra que já são quase 3 mil ocorrências de ameaça a menos, passando de 21.952 para 19.200. Nas lesões corporais, a redução foi de 12.056 para 10.876 casos. A soma de tentativas de feminicídio caiu de 205 para 188, e o estupros, de 929 para 920.
Conforme a diretora da Divisão de Proteção à Mulher (DIPAM) da Polícia Civil, delegada Tatiana Bastos, o recorde na queda de feminicídios fica ainda mais relevante quando considerado o contexto da Covid-19. Ao contrário dos demais indicadores de violência contra a mulher, a subnotificação gerada pelo isolamento em razão da pandemia é menor entre os assassinatos consumados por motivo de gênero. Ela enfatiza a parceria com o Observatório da Violência contra a Mulher da SSP nas análises de cada uma das ocorrências com mulheres vítimas.
- Para tabulação de feminicídios, analisamos todas as ocorrências que versam sobre morte de sujeito passivo do sexo feminino, e não somente os classificados com esse tipo criminal - explica a delegada.
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HOMICÍDIOS
Assim como as mortes por motivo de gênero, os demais assassinatos também reduziram em julho, aprofundando a queda no acumulado de 2020. No mês, os homicídios no Estado baixaram 12,2%, de 148 no ano passado para 130, o menor total em julho desde 2008, quando houve 125 vítimas.
No paralelo das somas a partir de janeiro, a queda é de 8,1%. Foram 1.134 homicídios no período em 2019, contra 1.042 neste ano, o menor total para o intervalo desde 2011, quando o número de vítimas foi de 1.031.
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LATROCÍNIOS
Consequência mais grave dos crimes patrimoniais com uso de violência, os roubos com morte somaram duas ocorrências a mais em julho deste ano na comparação com o anterior. O número de casos em todo o Estado passou de três para cinco, ainda a segunda menor marca para o mês desde 2009, com quatro ocorrências.
No acumulado entre janeiro e julho, porém, o total de 39 latrocínios segue 7,1% abaixo dos 42 registrados no mesmo período de 2019. A soma atual é também a menor desde 2009, que teve 33 ocorrências entre o primeiro e o sétimo mês do calendário.
*Com informações do Governo do Estado do Rio Grande do Sul